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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
LuizEdmundo
–Temos uma
oportunidade fantástica, de
pensarauniversidadedo futu-
ro, hoje; uma universidade
muitomais aberta, mais pre-
parada para educar no senti-
do amplo, para interagir com
tudo que está disponível. Ela
émaisdoqueasprópriasdis-
ciplinas; mais do que apenas
um conjuntodeótimosebons
professores; mais do que as
suas idéias; do que as salas
de aula, laboratórios, centros
deensino.Eladeveestaraber-
taparauma comunidade com
que possa interagir, pode
aprenderdessacomunidadee
pode interferir positivamente
nela,mas temque ter umsen-
tidodedireção,precisa teruma
alma.Achoqueoquediferen-
cia uma instituição é a sua
alma.Alma, por exemplo, que
vejoaquinaESPMequeadis-
tingue commuita clareza que
muitomais do que ela fez – é
o que ela é. Convidaria cada
instituição a aperfeiçoar e de-
senvolver a sua alma para to-
car as pessoas naquilo que é
maisessencial.Porqueaspes-
soas, mais do que conseguir
uma profissão, precisam des-
cobrir um sentidodiferenteda
vida,nosentidode realização.
Precisamos descartar idéias
do passado, de que trabalho
seja uma coisa dolorida, sinô-
nimodenecessidade,masque
casa com infelicidade. Os
paradigmas são outros. As
pessoas não queremmais vi-
ver o mundo dos pais. Elas
querem transformá-lo, eauni-
versidade pode ajudar. Não
podemosdeixar ninguémsem
ser “tocado”. Acho que a uni-
versidade tem que tocar pela
perspectiva,pelosvaloresque
evocaecria, semapretensão
de ser a única detentora do
conteúdo. Edeve saber juntar
os players da própria comuni-
dade; precisa interagir mais
com as empresas; com as
ONGs – tem de ser o
catalisadordeumagrandeco-
munidadedeensino.Essepa-
pel de liderança compete à
universidade e ela pode lide-
rar isso com uma visão mais
moderna, mais abrangente.
AcreditoqueoBrasil possa
ter uma uni-
versidade
nessa linha,
num país
que tem a virtude de ter pes-
soasqueconvivem facilmente
comaemoçãoecoma razão.
Essa integração que se pode
fazerdaemoção,coma razão,
o sentimento, reflexão, para
um ser humanomais comple-
to.
Amatucci
– Debates como
essesãonecessários,pelasitu-
ação de complexidade em que
oensinosuperior se insere. Ele
é o encontro de ideologias, de
paixões,deposições financeiras
eferrenhamentedefendidasno
tocante ao tipo de ensino, ao
tipo de financia-
mento, ao tipo
de orientação.
É impossíveldei-
xar de fazer essa
discussão com
paixão, por-
que as pes-
soas que
trabalham
n e s s e
ramo só
podem
“Já tive
oportunidade
deorganizar, na
empresa,
eventos
educacionais
emquehavia
600pessoas,
numa salade
aula.”