Setembro_2001 - page 71

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RevistadaESPM–Setembro/Outubrode 2001
serapaixonadas.Nãoháoutra
explicaçãopossível para fazer
o que a gente faz. Mas é ne-
cessária a abertura, é neces-
sário aceitar soluções e com-
promissos que não são o que
a gente acha ideal. A educa-
ção, emparticular aeducação
superior, éuma funçãoneces-
sária à sociedade. E cada so-
ciedade vai achar a solução
própria por um caminho, por
outro, único, diferente. Então,
é necessário abertura para
saberque–naquiloqueagen-
te ensina – não há verdades
permanentes.
Gloria
– Acredito que essa
mesa e esse encontro têm a
ver com o que vimos discu-
tindoe vivendo, que ser edu-
cador é estar preocupado
com um sonho, com a reali-
zação do homem e do mun-
do melhor. Quer dizer, ela é
superior e coloca-se como
educação superior. Que
destinação, que objetivos,
que finalidades tem?É tornar
o homem superior, é melho-
rar o homem. Para mudar o
mundo mudando o homem,
que temde se tornar este ser
superior para transformar
estemundo. Não é a escola,
são as pessoas.
FG
–Nonossodebate, aGlo-
ria, em dadomomento, falan-
do da motivação dos jovens
queprocuramum curso supe-
rior,disseaquiloque todosnós
reconhecemos. Eles, em pri-
meiro lugar – e suas famílias
por trás–queremumachance
deascensãosocial eprofissio-
nal na vida. Não devemos es-
quecer disso, quando falamos
dos objetivos da universidade.
Nãoéapenas–emuitopouco
talvez – servir o mercado de
trabalho; é dar aos clientes –
e nesse sentido, são clientes
realmente–aoportunidadede
ascender na vida. Comentava
com oAmatucci, antes do de-
bate, que completamos, há
poucas semanas, um estudo
sobre o destino profissional
dos formandosdaESPMhá5
anos.Dosalunos formadosna
graduação, em1995, 56%de-
les hoje exercem cargos de
diretoria,gerência, supervisão
e chefia. E se incluirmos duas
outras categorias igualmente
nobres–professoreseconsul-
tores–chegaa62%.Estamos
realmente formandoumaelite
de dirigentes, mas, acima de
tudo, estamos dando a esses
jovens,quenosprocuraram, a
oportunidade que tinham em
mente, de subir na vida. Acho
que esse é o sentido por trás
de tudoque fazemosparaser-
vir bem à nossa clientela.
Aylza
– Minha conclusão é
de que, se o nosso papel é
formar esses jovens para o
mercado de trabalho, para a
vida, atender às motivações
que os trazem aqui, não po-
demos enganá-los. Apesar
deles, agente temdeeducá-
los. Ecomoéqueseeducam
executivos, commais de 26
anos, que, depois de um dia
de trabalho, vêm para cá ter
aula com um professor exe-
cutivo que também teve seu
dia de trabalho? Pois acho
queéexatamentedamesma
maneira que se educa todo
mundo. E, senósnãoquiser-
mos enganar esses alunos,
temos queos educar deuma
forma completa, de uma for-
ma holística. Educar quanto
“Alunoe cidadão
sãomais
importantesdo
que cliente, enão
têmdireitoao
diploma só
porquepagaram
o curso.”
“Opós-
graduação
stricto sensu,
que formaos
professoresno
Brasil, na
verdade, forma
oprofessor
pesquisador.”
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