Maio_2003 - page 94

Revista daESPM –Maio/Junho de 2003
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entrevista
contratos de pesquisa de história.
Curiosamente,nasescolasdesamba,
estão surgindo consultorias. Mas,
obviamente, isso não sustenta uma
carreira. Uma área que está expan-
dindomuitoéaáreadepreservação
de patrimônio. Na área de arte –
históriadaarte.Dopontodevistade
oportunidades de mercado, eu diria
queaindapredominaoensino, e, no
que se refere ao ensino superior, a
pesquisa acadêmica. Há pequenas
expansões em nichos que estão
surgindo.Ahistóriaexerceumenorme
fascínio nas pessoas. O problema,
realmente, é transformar isso numa
profissão.
JR – E já vimos pelo conteúdo
desta entrevista que esse
autoconhecimento é útil e
produtivo.
JM – Tenho um aluno que fez a 6ª
série do ensino fundamental nos
Estados Unidos. Eles não têm uma
palavrapara “educação cívica”,mas
aeducaçãocívica láé fortíssima. Por
exemplo,adiscussãodaConstituição
americana, os direitos do cidadão
americanosãotemas importantesem
escolas de1º e2º graus dos Estados
Unidos.Aqui, nãoencontroumaluno
de graduação que tenha lido – não
digo nem a Constituição – mas um
capítulo, que seja, da Constituição.
Quandoencontroalgum,éporqueele
está fazendo Direito. Nos Estados
Unidos, os alunos saem da escola
repetindo quase automaticamente
umasériedecoisassobreopaís.Eles
não são um país fascista; mas
democrático.Sóquetêmumaenorme
consciência da importância da
socialização das crianças e da
transmissão desses valores
nacionais e de uma memória
nacional. Pergunteaobrasileiro se
ele tem orgulho do Brasil e ele
responderá: “Tenho”. Qual a razão
principal?“Anatureza.”NosEstados
Unidossevocêperguntarseelestêm
orgulho de ser americanos, eles
respondem: “Tenho.”Qual a razão?
“Liberdade”.
JR–Hámuitopor fazerainda.
JM–E tem tudoavercomeducação.
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